É curioso como todo ano, na véspera do Natal, morre gente que nunca tinha morrido antes. Agora foi a vez do lendário pianista Oscar Peterson. Tive minha fase de ouvir muito jazz, nos anos 80, e sempre impliquei com o estilo do canadense. Preferia Bill Evans, Keith Jarret e, mais que tudo, Thelonius Monk.
Oscar soava meio artificial, nas gravações. Até que fui assisti-lo, num concerto inesquecível em São Paulo. Pirei! O homem era um gigante (literalmente!), e parecia brincar em seu Steinway especial, com uma oitava a mais que os pianos comuns. Tinha uma técnica espetacular, vertiginosa. Aquele tipo de artista que só compreendemos totalmente quando ouvimos ao vivo, onde a performance é parte da persona. Veja isso e acredite: naquela tarde de sol, no Ibirapuera, em 1998, foi ainda melhor!