Foi emocionante. Não há palavra mais precisa para definir, por mais gasta que esteja (para alguns). O ensaio geral de quinta (01/10), a apresentação na sexta no Sesc Pompéia e a apresentação final no Ventre de Lona, espaço do Pombas Urbanas em Cidade Tiradentes, foram de cortar os cabelos e arrepiar os corações.

Don Quijote, versão chilena
Os dias de convivência com essa trupe inusitada, com mais de 80 atores, foram de encantamento e loucura (no sentido quixotesco da palavra). Não se tem notícia de uma montagem como esta, que envolva tanta gente de tantos países (veja o post anterior sobre El Quijote).

A diablada boliviana
A última quixotada nossa foi decidida de supetão: “Vamos transmitir pela Internet!”. É possível? Não é? De Cidade Tiradentes para o mundo, ontem (03/10). Duas câmeras, uma mesinha de corte, três microfones pendurados nas gambiarras. E começaram a chegar mensagens: “Estamos assistindo, tá lindo!” De Portugal, da Argentina, de El Salvador…

O leão mexicano enfrenta o nobre cavaleiro
Nós, Sanchos do vídeo, no papel de contar as aventuras e desventuras de tantos Quijotes, comemoramos junto com músicos, técnicos, atores e diretores. Beijos, abraços e lágrimas multiétnicas, multiculturais e bilíngues. Saímos com a impressão de que aquilo que nos une é muito maior que o que nos separa.
E a festa continua hoje, domingo, 04/10. Despedida de todos, com promessa de breve reencontro, em algum lugar da América Latina.

Parte do elenco, com o diretor César Badillo em primeiro plano.
(As fotos de palco são do Gil Grossi, e a última do Diego Amoroso, companheiros nesta quixotada.)
emocionada com os seus comentários, emocionada
com essas fotos lindas
Perdi…
Boa iniciativa, um trabalho excepcional.
Entendo que é dificultoso, mas o governo deveria divulgar esses eventos percorrendo escolas e bairros para apresentações, pois a população da periferia, a maioria não conhece e nem tem conhecimento dessas realizações.
Abraço
Akio
Ah, esqueci de dizer que no final o Marcelo, do grupo anfitrião Pombas Urbanas, fez questão de homenagear lindamente a “quijota” Mercedes Soza, que partiu para enfrentar outros moinhos.
Akio, a logística para realizar essas apresentações foi bem complicada. Só foi possível graças ao apoio do Minc e alguns governos latinoamericanos, por estar integrado ao Cnogresso Iberoamericano de Cultura.
Imagine o custo de passagens, hospedagem e alimentação para 80 atores e músicos, durante 3 semanas, em São Paulo.
A organização, pelo Instituto Pombas Urbanas, foi milagrosa! Na festa de despedida, ontem, só teve abraços e beijos, pois não sobrou grana nem pra pipoca com guaraná…
Não pensei nisso. Realmente o custo é alto e envolve muita gente.
Abraço
Akio
Olá, Daniel
Eu aqui, “de molho”, perdendo tudo isso. Belo e emocionado relato. A arte sobrevive, sim, independentemente de apoios oficiais, acordos, línguas diversas. É do homem, é da lei… Bom que você nos traga essas notícias. abraço da
dalila
Um adendo interessante: O diretor Cesar Badillo, ator colombiano, foi convidado para dirigir pela sua experiência quixotesca. Há dez anos vive o papel de El Quijote, no grupo La Candelaria (http://www.filte.com.br/LA_CANDELARIA.html), e conhece profundamente cada palavra do texto de Santiago Garcia. Sua direção foi uma aula. Uma pessoa extremamente amável, mas que não perde o senso crítico quando é paparicado.