Pra que serve arte?

A pergunta não é nova. Os gregos já se preocupavam com isso, e criaram conceitos e parâmetros que até hoje influenciam. De modo geral, aceitamos pacificamente a arte clássica, romântica e até moderna (da primeira metade do século XX), e torcemos o nariz para a arte contemporânea. Ou mitificamos, de forma deslumbrada.

Bom, arte serve pra provocar discussão. E um de meus provocadores favoritos, o Walter Carrilho, tascou gasolina na fogueira que destruiu as obras de Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro.  O primeiro post que escreveu sobre o candente assunto bateu recordes de mensagens indignadas. É divertido ler os comentários. Dá uma boa idéia do nível mental dos defensores e detratores da arte atual. Gente que vai à Bienal porque é “in”, gente que não vai porque é “lixo”. Aqui e ali algum comentário menos ridículo prova que a velha discussão ainda não está morta, apesar de meio soterrada pela vulgaridade.

O post foi tão polêmico que provocou um segundo, não menos provocador. Não dá pra concordar com tudo que Carrilho fala, mas é inegável a sua capacidade de futucar certos conceitos e pré-conceitos que circulam pela praça.

Eu, que sou um cara meio antigo, fico com a definição dicionarizada (que vem lá dos gregos): “Arte é tudo aquilo feito pelo homem com a intenção de provocar uma emoção de ordem estética.” E mantenho minha curiosidade sobre o experimental. Vou à Bienal (não estive na última, confesso), desde menino. Espaço de investigação de fronteiras, de tentativas de respostas para a pergunta que abre este post. 90% vai pro lixo, claro. Mas quem só gosta de arte consagrada, sacramentada e assinada pelo status quo, que vá ao museu, certo?

(As obras que ilustram este post são de Helio Oiticica. No alto, a instalação Cosmococas. Acima, um parangolé.)

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