Lembro exatamente da primeira vez que ouvi Erik Satie. Estudante de cinema, estava no MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo, no início dos anos 80, para assistir a uma projeção da cópia restaurada de Limite (1930), o filme de Mário Peixoto que virou uma lenda do cinema mundial.
O discurso poético das imagens, a narrativa não convencional e a fotografia impressionante de Edgar Brazil me deixaram racionalmente chapado. E o envolvimento proporcionado pela música de Satie, orquestrada por Debussy, foi embriagador. Passei semanas procurando a tal Gimnopédie pelas lojas de discos de São Paulo.
Decorei as três Gimnopédies, até aprendi a tocar uma no piano. Também as três Gnossiennes e as Três Peças em Forma de Pêra. As Ogivas e as Sarabandas.
Passados muitos anos, me acostumei a Satie. Passou a ser história, não descoberta. Até que, dias atrás, fui ver o concerto do Duo Violeta no SESI da Avenida Paulista. Conheço a dupla faz tempo. Já animamos alguns saraus na vida. Pois não é que tocaram um arranjo da Gmnopédie n.1 para violão e clarineta que me deixou todo arrepiado? Conjunção de talentos, guarda baixa emocional, momento de catarse, sei lá. Mas merece ser compartilhado:
é gozado como esta musica ou estas musicas surgem em momentos mágicos da vida, certa noite vagava pelo quintal cachimbo ba boca e comecei a assovia-la do nada e quando voltei para casa coloquei para a peuqena Ariadne ouvir o CD com esta canção, agora lndo tu recado me lembrei do Limite e porra também foi a primeira vez que ouvi esta canção através de uma VHS.
abraço meu caro
Música, vaga música, como dizia Cecília Meireles. A mais imaterial das artes, a que mais penetra na alma.
amo essa música, querido… beijoca
Sem dúvida, Roberta! Música amável à primeira audição…
Passando por aqui…
Vi e li um bocado de coisas interessantes, estava escolhendo uma para deixar um recado e um abaraço, de repente Satie… Marcelo e Rosa tão bonitos, furtando olhares um do outro… música e arranjo lindos, claro, mas o corpo dos dois… tão “em cena” e tão a vontade, flertando-se como a música e mosso ouvidos.
Obrigado Dani.
Agradeça a eles por esse momento, Fábio. Oportunidade não faltará!