Reconheço, um tanto decepcionado comigo mesmo, que tenho publicado pouco aqui no Fósforo. Continuo escrevendo diariamente, pois esse é o meu ganha-pão, mas anda faltando inspiração para criar minhas croniquinhas eventuais. A Revista Música Brasileira, com a qual colaboro, também tem notado essa maré baixa…
E não é falta de assunto, pois os dias tem estado agitados. Eleições ali e ali, guerras iminentes, filmes memoráveis, livros provocantes, massacres lamentáveis, previsões maias inquietantes… Até culinária, assunto que pouco explorei por aqui, tem me rendido algumas alegrias e poucos textos.
Domingo passado fiz o melhor polvo ao forno de minha vida, elogiado pelos comensais. Rendeu tanto que virou cuscuz de polvo no dia seguinte, pelas mãos habilidosas da Carmen. Ouvimos muito a frase “o melhor cuscuz de polvo que já comi na vida”, embora desconfie de que ninguém ali havia provado antes tal iguaria. Eu também não, mas estava ótimo!
Neste domingo em que escrevo, uma nação alvinegra espanta/encanta o mundo do esporte. Mais pela festa que pelo futebol, mas devo admitir que o técnico Tite tem algo de gênio. Um time com dois ou três craques, um monte de jogadores medianos e outros francamente ruins, chegar onde chegou, só pode ser mérito do treinador. Uma coisa é ser campeão com o Barcelona (modestamente, até eu!), outra com o Corinthians!
Discordo daqueles que dizem que a torcida fez a diferença. Passei a adolescência em São Paulo, convivendo com esta que é a maior e mais fanática torcida do estado, e mesmo assim a falta de campeonatos durou 21 anos. Ué, antes não fazia diferença, e agora faz?
Enfim, foi divertido juntar um monte de amigos, convencer a Tita a abrir o Canto Madalena às 8 h de um domingo com café da manhã “de hotel”, torcer e vibrar feito um louco, ver a Vila Madalena fazer um carnaval alvinegro. Não se preocupavam com profecias maias, mas festejavam um guerreiro inca. A avenida Paulista então, teve até trio elétrico! Festa de todos os credos, partidos, raças ou classes sociais, coisa bonita de se ver. Só não é festa de todos os times, paciência.
Enfim, deixei os temas do meio da semana de lado, e termino como iniciei: festejando o polvo e o povo. (Como você vê, a inspiração para trocadilhos também anda bem fraquinha…).
Se torcida grande e apaixonada ganhasse jogo o Santa Cruz do Recife estaria no Japão no lugar do Coríntias e não na terceira divisão! #Fato
E o povo me deu fome!!! hummmmmm….
É verdade, Pandora! Mas essa tua fome de povo, sei não… seria polvo?
Hum… comi uma letra kkkkkkkkkk Faço isso usualmente… sou uma assassina da última flor do Lácio kkkkkkkk
O polvo estava realmente divino.
Cozido no ponto certo – só me lembro de ter comido na vida um outro assim tão macio e nada borrachento – temperos perfeitos, nem mais nem menos, visual impecável…
Newton tem uma frase famosa, “se enxerguei tão longe foi porque subi nos ombros de gigantes” (ele se referia as descobertas de predecessores), e eu digo copiando:
Se o cuscus ficou bom foi porque o polvo estava divino! Quero mais!
Caro Daniel,
passei, degustei e deixo aqui o meu desejo de que a chama deste fósforo se mantenha sempre acesa, para deleite dos que precisam sempre de luz. Boas Festas e um 2013 esplêndido para você e a Carmen. Abraço forte e saudoso da dalila
Obrigado, Dalila. Você é minha maior fornecedora de poesia, e me deu belas alegrias em 2012, através de teu blog. Vamos nos encontrar mais – ao vivo! – em 2013, com certeza.